martes, 9 de agosto de 2011

Me educando para poder educar

Cerca de 3 meses atrás escrevi um post sobre as birras do Samuel e como um tapa que ele me deu numa dessas crises fez com que eu revidasse e logo me arrependesse e pensasse melhor naquela atitude. Na época eu realmente achava que não havia nada de mais em dar um tapinha na mão, por exemplo.

Recebi alguns comentários e longe de me sentir criticada, porque apesar da reprovação expressada os comentários foram educados e respeitosos, eu me senti desatualizada, eu que sempre me considerei uma pessoa informada e que acompanha o mundo me senti estancada num pensamento arcaico. Resolvi então buscar informação porque é isso que eu faço quando me sinto assim. Quando quero saber mais sobre alguma coisa eu leio e leio muito. Então comecei a ler blogs, livros, considerações e opiniões, tudo o que aparecia  sobre o tema. Até o site da supernanny eu li.

Ok era óbvio mas ainda não tinha caído a ficha de que ele reage dessa ou daquela forma porque ele não sabe fazer de outra forma. Comecei a trabalhar comigo mesma, já que um dos conselhos que mais se repetem é o fato de que nós pais não podemos perder a calma.

Percebi que as poucas vezes que cheguei a dar o tapinha foi porque eu perdi totalmente o controle, porque eu agi por impulso e porque eu por A ou B motivo estava no límite da minha paciencia.  A partir daí eu, que sempre fui conhecida pelas minhas explosões, que sempre escutei desde pequena de todo mundo que me ama, mãe, pai, tia, namorada do pai, irmão que devia aprender a controlar a minha raiva realmente me forcei a dominar esse impulso.

Vi o quanto era ilógico dar um tapinha nele e depois exigir que ele não bata, aliás esse foi o gatilho que me fez escrever o post aquela vez, essa contradição foi o que iniciou tudo.

Confesso que vez ou outra eu ainda  escorrego, mas desde aquele dia eu nunca mais nem sequer levantei a mão pro Samuel e tenho gritado muito menos. Não é fácil manter a calma, mas estou conseguindo.

Pra minha surpresa a coisa melhorou muito, ele obedece mais, escuta mais e os ataques de birras estão muito melhor. Eu aprendi a escutá-lo e perceber que ás vezes ele só quer atenção e nesses momentos é muito mais fácil parar o que estou fazendo por cinco minutos e abraçá-lo, sentar com ele e depois voltar a fazer do que tentar argumentar (e me irritar) com ele que a mamãe está ocupada e que ele precisa parar de chorar na porta da cozinha.

Aprendi com a blogosfera materna e com essas mães que me deram um "puxão de orelha". Escrevo esse post hoje não porque queira me redimir ou ser aceita por ninguém. Hoje escrevo esse post porque me sinto orgulhosa da nossa conquista, de ter crescido como pessoa, tenho ainda uma grande jornada pela frente porque nem sempre consigo me controlar (e porque os terrible twos nem começaram) mas o Samuel agora só é educado com amor, conversa e castigos que envolvem consequencias, mas os tapinhas já não rolam por aqui. 


5 comentarios:

  1. Lindo Paula! Agora, me diz... quem nunca errou? Quem nunca perdeu a paciência? Quem nunca falou coisas que depois se arrependeu e ficou remoendo o que fez?
    Estamos sempre em constante aprendizado, em como ser uma pessoa melhor e, lógico, uma mãe amada, querida, correta, a melhor!!! Um desafio difícil demais.
    Mas disse tudo, as crianças muitas vezes fazem isso pois desejam atenção, carinho e não sabem se expressar de outra maneira. Temos que ter paciência e, assim como fez, abraçar e beijar muito o filho. Dar atenção, conversar, brincar....
    Todas nós passamos por isso. Já imaginou agora que o pai está viajando? Felipe está aqui.... pulando... querendo toda a atenção do mundo. E eles sentem, sentem muito!
    Um grande beijo.

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  2. Paula voltei...rs
    Lembrei que li hoje um post super bacana que fala um pouco sobre esse assunto. Seria interessante você ler o post e os comentários. Você conhece o blog da Carol (Viajando na Maternidade)? Achei demais. Se não conhece, ou senão passou por lá... fica a dica.
    Beijos.

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  3. pra mim essa é realmente a parte mais dificil de ser mae: aprender que a gente também tem que mudar!! =) e nao tem melhor começo do que perceber que a gente é capaz de mudanças tb. elas sao lentas e a gente tem que se policiar o tempo todo, mas a gente vai ver que o resultado é importante pros nossos filhos e para o nosso proprio ego tb ;) bjs e boa sorte!

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  4. Flor, realmente não é fácil quando a gente percebe que ESTAMOS ERRADAS, mas é ótimo retratar o erro e ver que nós conseguimos. Essa história de tapinhas/palmada é bem polemica, e já escrevi sobre isso no blog. Aqui quando é necessário a Kamila leva uma palmada no bumbum SIM, mas me policio muito pra não bater por qualquer coisinha, por coisas de criança como quebrar alguma coisa, ou riscar algo que não devia. Ela leva uma palmada no bumbum quando já avisamos 300 vezes e mesmo assim ela não respeita, mas isso é uma decisão de cada família, e como falei, é polemico.. Eu precisei me educar aqui com os berros, qualquer coisa eu já estava berrando, rs. Agora sento, converso, e ela entende muito bem, é só eu falar "vem aqui, quero conversar" que ela já vem de cabeça baixa e sabe que faz errado! Beijos!

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  5. Querida! a talvez falta de paciência ou explosão como queira é herança do teu pai e sabemos que é dificil controlar mesmo e como vc está relatando não é impossível. Por outro lado vc herdou tb a capacidade de se auto analisar e ser essa pessoa tão boa que é (assim como seu papai) e que não tem nenhum constrangimento em dividir o assunto com as outras mamães, isso é lindo!
    Bju nosso...

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