miércoles, 24 de agosto de 2011

O que você tem com isso?!?

Nos últimos tempos tenho visto vários posts sobre respostas digamos assim "diretas" para aquelas constantes perguntas e pitacos que recebemos quando temos um pequeno. Eu acho que li quase todos e me diverti e ri muito, mais ainda pensei: "ah eu conseguisse..." Eu simplesmente não consigo pensar numa resposta curta e grossa rapidamente ou ser mal-educada (tem hifen?)  quando a pessoa merece, sabe?

Sabe aquela pessoa que chega em casa meia hora depois e diz: "eu devia ter dito isso, isso e aquilo, AHHH porque eu não falei isso?" Pois bem. Prazer essa sou eu. Eu geralmente acabo ficando tão sem reação que minha única resposta se parece aos pinguins de Madagascar: Sorriam e acenem! Ou sorriso amarelo e sim com a cabeça em sinal de que estou escutando. BOBONAAAAAA.... eu sei.

E daí que no começo da maternidade eu, desorientada, lesada e sem dormir até aceitava muitos dos pitacos porque, bem, elas tinham mais experiência. Depois quando começaram a incomodar eu ficava brava e engolia o sapo e ia desabafar com mamis e por último ou seja, agora, eu só ignoro e entra por um ouvido e sai pelo outro. Ás vezes até agradeço o grande conselho pra pessoa ficar satisfeita e parar de falar.

Mas aí que quando a pessoa que nem me conhece direito resolve me falar o que é melhor pra mim como se ela vivesse a minha vida. Isso realmente me deixa revoltada. Duas ocasiões em particular me fizeram escrever esse post.

A primeira aconteceu lá pelas épocas que o Samuel tinha 1 ano e meio e era uma aberração que ainda mamava - onde já se viu mamando tão grande?- e eu decidi voltar a trabalhar meio período. Acontece que no dia da minha volta o Samuel estava com uma virose que já durava 3 dias. Vomitando e com muita diarréia e sem comer nem beber praticamente nada a não ser meu leite. Eu avisei que não ia trabalhar e como profissional liberal que só presta serviços o trato é simples eu não vou eles não me pagam e a aula é remarcada para outro dia. Sei que é totalmente não profissional, mas o Samuel é a prioridade, sinto muito.

Enfim, a cordenadora me ligou para saber o que tinha acontecido. E depois de explicar ela me diz que porque eu não tentava dar a comida favorita dele pra ver se ele comia. Digo que a única coisa que ele gosta de verdade é o leite materno e que isso ele tem tomado. Aí escuto: "ah mas ele já tá muito grande pra tomar leite, por isso que ele está tão mimado. Ele está montando em você." (OI?) Pior que eu fiquei tão sem ação que eu ainda me vi me justificando pra mulher acredita? Só de lembrar fico com raiva. 

Devia ter dito: desculpa mas em primeiro lugar o que a senhora tem a ver com isso? e em segundo lugar a OMS recomenda amamentação até os 2 anos se a senhora não sabe e em terceiro lugar o filho é meu e eu o crio  como eu quiser e passar bem!

A segunda foi ontem. Estava eu em reunião com a cordenadora de outra escola para qual trabalho. Outra escola, outra cordenadora, 6 meses depois. E ela estava me passando os horários desse bimestre e termina dizendo que "a minha filha"- filho, eu corrigi- estava crescendo e que logo ele seria independente e que ela tinha muitos horários de aulas e que a partir de janeiro eu poderia trabalhar o dia inteiro então que eu aproveitasse já que depois o meu filho cresceria e eu ia ficar louca sem fazer nada. (oi? de novo) E dessa vez eu demorei mesmo pra processar a informação e simplesmente fui pra Pinguins de Madagascar mode.

Depois que eu saí de lá é que percebi o que tinha me sido dito. Perae o meu filho vai fazer 2 anos, não 12. Eu concordo que ele está mais independente, mas não acho que uma criança de 2 anos possa ficar sem a mãe o dia inteiro. (Aliás até uma de 12 é questionável) Enquanto eu puder trabalhar meio período eu vou, porque é o que me permite ter dinheiro que nos faz falta e poder ficar mais tempo com o Samuel porque eu acredito que é importante pra criação dele e ponto. Ninguém tem nada com isso.

Agora, ok entendo que são mulheres mais velhas que eu uns 15 ou 20 anos. A primeira já tem uma filha adolescente e fala da sua própria experiência. Também entendo que pra muitas mulheres ficar em casa é sinal de ficar louca (e esse é um dos motivos pelo qual voltei a trabalhar) mas pera lá, eu não te digo como você deve viver a sua vida e não te dei o direito e a intimidade pra virem me dizer como eu devo viver a minha. Ah que coisa chata. Moral da história: A vida é minha, o filho é meu e quem decide sou eu se quero ou não trabalhar 4 ou 14  horas se vou dar peito pro meu filho até os 2 ou 5 anos e se nós estamos bem com as decisões que tomamos isso é só o que importa.

Como diz o meu pai: Cada um com os seus problemas! E tenho dito!  Ou teria dito, se eu conseguisse....

3 comentarios:

  1. Pois é, as pessoas se acham no direito de palpitar sobre a nossa vida - muitas vezes nos julgando e condenando, como fizeram com você - e AI da gente se não for educadinha na resposta, né? Isso me irrita demais. Se quer ver eu evitar alguém, é só esse alguém se meter na minha vida uma única vez. Posso não dizer o que tenho vontade, mas evito a todo custo a oportudade de ouvir bobagem de novo.
    Beijos!

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  2. Paula como tem pessoas que cuidam da nossa vida. Não acredito! Um absurdo! Acho que tem maneira de falar uma coisa ou outra. Pode até opinar, mas com certa cautela. Não acha?
    Sabe que eu sempre digo tudo na lata e agora estou aprendendo a me conter mais. A engolir certas coisas. É difícil encontrarmos um meio termo. Complicado amiga. Mas você está coberta de razão. Certíssima. Não deu muito ouvidos, mas continue assim...
    Beijos

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  3. Apoiadíssima! (isso nem existe no dicionário mas a gente entende) e nem vale a pena nós falarmos o que temos vontade pra pessoa que está metendo o bico na nossa vida pq só vai dar enrosco, sabe né...
    Então é melhor ser pinguim e fazer o que se quer do que viver em atrito.
    bjkas!

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