martes, 30 de agosto de 2011

O carrinho, o ônibus e o galo

Eu levo o Samuel no carrinho pra escola primeiro porque ele é preguiçoso porque é longinho, eu vou tranquila- se não estiver chovendo- mas são quase 15 minutos de caminhada e pra ele é bastante. Segundo porque sempre tô atrasada em cima da hora  e  com o carrinho vamos mais rápido.

As manhãs aqui são sempre uma loucura coisa que as mães já sabem. Notem que eu disse mães porque são poucos os pais que sabem a logística que envolve levar os filhos pra escola de manhã e tudo o que acontece antes disso. Eles acham que é só pegar o moleque sair de casa e largar a criança com a "tia".

Certa manhã depois de ter terminado a primeira parte da maratona abro a porta da  casa vou pegar o carrinho pra amarrar o menindo devidamente uniformizado pra segunda parte da maratona e onde está o carrinho? Papai achou que seria mais divertido levar o carrinho para passear no porta-malas do carro. E o que se faz numa hora dessas? Se vira nos 30 e fala "vamos andando pra escolinha, filho?"  Tentando fazer aquela voz de animação pra convencê-lo que será um passeio super legal.

E fomos felizes, vendo a sombra, as borboletas e nem bem viramos a esquina e o garoto começa a andar na minha frente com os bracinhos levantados pedindo colo. Eu finjo que não é comigo e continuo mostrando pra ele as coisas interessantes da paisagem,  os meninos jogando bola, o cocô de cachorro na calçada, essa coisas tão peculiares dos passeios ao ar livre. 

Ele, não achando a menor graça começa a chorar e pedir colo. Falo pra ele caminhar até a outra esquina onde temos que atravessar. Ele protesta mas anda, atravesso com ele no colo e coloco ele de volta no chão já esperando a reclamação, mas ela não vem. Ele não só está andando, como está andando rápido e feliz. Fico impressionada comigo mesma e penso que a nossa conversa surtiu efeito e quando já estou quase achando que a Supernanny ficou pequena do meu lado eu percebo o motivo de tamanha disposição. 

Perto de nós há um ponto de ônibus, o ônibus se aproxima e as pessoas estão fazendo fila. Samuel que é parte da classe usuária de transporte público e ADORA (porque ele sempre vai sentadinho e fora do horário de pico) sai logo correndo e me puxando dizendo "Vruumm, mamá". Crente que vamos subir no ônibus. Qual a sua decepção quando eu, parto o seu coraçãozinho e lhe digo que nós não precisamos pegar o ônibus pra ir pra escolinha. O menino desata a chorar copiosamente.


E aí não me resta mais que pegá-lo no colo, mais a mochila e a minha bolsa e caminhar porque nesse momento eu já estou bem em cima da hora mesmo. Ele chorando de se espernear e eu explicando pra ele. Nesse momento passamos por uma casa e eu  escutei um galo. Perfeito, ele vai parar de chorar, pensei. Mostrei o galo pra ele e falei pra ele escutar o galo cantar. O filadaputa do galo ficou lá mudo, imóvel. E o Samuel esperando.

Desisti porque bem, já tinha que estar no meu ônibus e tava vendo um galo. Dei cinco passos e o galo ducarai canta. Pra que ? O menino começa a apontar pro galo pedindo pra gente voltar e como eu continuo andando ele grita: "Cocóóó, cocóóó!!" E obviamente o banho de lágrimas recomeça.

Continuo o meu caminho tentado fazer com que ele entenda que mamãe vai perder o outro ônibus e possivelmente o trabalho se eu ficar com ele vendo um galo e que de tarde na volta eu mostro o galo pra ele novamente e passa outro ônibus que nem é o meu e aí a coisa evolui para "Vruuummmm, Cocóóó, mamááá!" O menino se debate e tenta correr pro ônibus e eu trabalhando bíceps e tríceps segurando a fera  e  tentando fazer a minha voz mais compreensiva e dotada de toda a  minha psicologia infantil pra tentar acalmar o pequeno mas eu tava mesmo era morrendo de rir da minha própria cara. Quem mandou mostrar o galo dos infernos pra ele??


Quando finalmente cheguei na escola, nem parecia que eu tinha dado um banho no menino, ou em mim, suados, cheio de mocos e babas (ele), descabelados e ainda sem sentir os braços (eu). Ele, já mais calmo me dá o boneco que ele carrega sempre pra eu guardar me dá um beijo e me diz: "Vruuumm, cocóóó."
Como que pedindo a minha palavra de honra.  Tá bom filho mamãe promete que te leva pra andar de ônibus e pra  ver um galo.  Agora me diz pra que brinquedos tecnológicos  e  caros?

PS: Nunca mais deixar o papai levar o carrinho do Samuel para o parque no fim de semana. 

 

3 comentarios:

  1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Ri muito com teu post,te juro!!Adoreeei,hahaha!!Sou bem assim tb,me esquento na hr,mas depois acho graça da minha propria desgraça...ecapaz de usar ate as mesmas palavras que vc usou para falar do galo..huahsuahsausushaus!!!
    Como ve,voltei a blogar hj depois de quase um mês sem ir no blog..Problemas pessoais me afastaram de td,mas graças a Deus ja estou melhor e firme e forte blogando,rss...E ai,vim aqui te fazer uma visitinha,claro..
    beijooos Paula e uma otima semana(sem galos..claro!!kkkkkkkk)

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  2. Ahhh foi divertido demais. Imagino que no início você tenha ficado furiosa, mas depois se divertiu junto. E o galo fez sucesso, hein!? O que uma mãe não faz para distrair o filho. Tudo, tudo e mais um pouco.
    Um grande beijo.

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  3. Que delicia!....hahahahahahaha
    É mto interessante imaginar a cena.

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