viernes, 17 de junio de 2011

Brinquedo de menino X Brinquedo de menina

Quando eu era pequena eu adorava brincar de casinha e de Barbie, o meu irmão amava video games e patins. Nunca me perguntei porque era assim, só era. Já adulta achava que somos condicionados. Os meninos brincam com carrinho porque dão carrinhos pra eles e as meninas brincam com panelinhas porque dão isso pra elas. Simples não? Claro que não.

Agora que tenho um menino e acompanho cada desenvolvimento dele, comecei a ver comportamentos que mudam a minha teoria de condicionamento. Comecei a me perguntar, quanto do interesse dos meninos por coisa de menino é somente devido à cultura, ambiente e sociedade e quanto é puro instinto mesmo.

Quando ele era bebezinho o que chamava a atenção eram cores vivas e brilhantes, barulhos e texturas. Pouco importava se era rosa ou azul. Já um pouquinho maior ele abraçava bichinhos de pelúcia sem a menor ceremônia e pouco antes do primeiro ano ele se encarinhou com uma moto que era a sua verdadeira paixão até que se perdeu. Ele brinca com "brinquedos de meninas" quando vai na casa de meninas e se diverte. Abraça as bonecas, deita elas pra dormir, mas o que ele curte mesmo é levá-las pra passear no carrinho de boneca, já ficou horas fazendo isso.

Mas oque me levou a escrever esse post foi o que aconteceu dias atrás. Num final de semana desses fomos na casa da minha melhor amiga e madrinha não oficial do Samuca. Ela, asim como eu tinha, tem um monte de bicinhos de pelúcia, brinquedinhos e bonecas no quarto. Uma boneca dessas  de corda que toca música era a favorita do Samuel. Sempre que íamos lá ele dava um jeito de pegar a boneca e pedia pra gente dar a corda. Enquanto ela tocava sua musiquinha ele ria, batia palmas e até dançava.

Nesse dia a minha amiga tinha feito uma mega arrumação no quarto e tinha encontrado 3 G.I. Joes  e um bonequinho de uma das tartarugas Ninja  importados diretamente dos anos 90 e que obviamente pertenciam aos irmãos dela e que ela usava como filhos das Barbies (que filhos mais feios). Quando o Samuel estava com a boneca, ela lembrou e mostrou pra ele os bonequinhos e mais que depressa ele jogou a boneca longe e agarrou os bonequinhos dando gritinhos de emoção. 

Lógico que num primeiro momento não vi nada de mais, ele faria isso com qualquer outro brinquedo que aparecesse. Mas na outras visitas que se seguiram ele só queria os bonequinhos.O amor era tanto que a tartaruga ninja está aqui em casa e tá fazendo companhia pro Spiderman.  A bonequinha meiga que nos deram momentos tão fofos, nunca mais teve vez. O papai achou o máximo. Mas eu, que tenho que analisar tudo, comecei a rever meus conceitos.

No fim da história acho que grande parte é influência sim do que a gente dá pra eles brincar, muito é o que eles veem a gente fazer, mas uma grande e super importante parte é o instinto que vem dentro de cada um de nós. E quem disse que a maternidade era só trocar fralda e cuidar de filho não pode nem imaginar tudo o que descobrimos sobre o mundo depois de ser mãe. E ficam as cenas para os próximos capítulos porque quem sabe eu ainda descubra mais e mude de opinião outra vez.

2 comentarios:

  1. Paula é verdade, e cada criança tem um jeito. Eu tenho 2 meninos e 1 só quer saber de carro e máquina, mesmo tendo bichinhos de pelucia por perto, já o outro adora abraçar os bichinhos. Eu era super moleque quando criança, adorava jogar futebol e só usava minhas bonecas quando não tinha opção e só tinha meninas pra brincar, daí entrava na onda, mas meu negócio era futebol mesmo... Acho que tudo é muito íntimo mesmo, o que cada um gosta e porque... Eu deixo eles escolherem os brinquedos e brincarem com o que quiserem, não é isso que vai fazê-los mais ou menos macho, assim como eu não virei mulher macho brincando com meu irmão...
    O mundo da criança é fascinante e tem milhares de coisas para se refletir e descobrir, é só prestar atenção e curtir...
    Beijinhos!

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  2. Sorte do Samuca que tem uma mãe que pensa, analisa e respeita as pessoas e fatos, isso é mto importante pro desenvolvimento da criança, enfim do ser. O importante é a essencia e não outros fatores em que tem que ser de menino ou de menina.
    Muito bom...

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