Eu não sou muito de escrever posts assim mais reflexivos sobre a sociedade e o mundo em que vivemos. Prefiro relatar as descobertas e os progressos do Samuel, mas ontem uma das professoras da onde eu trabalho usou um trecho do documentário que leva o nome do post para iniciar um debate e eu realmente achei tão interessante que vim aqui compartilhar.
Que vivemos num mundo consumista e que as crianças são bombardeadas por propagandas e estimuladas a comprar o tempo todo não é novidade pra ninguém. Mas ao ver a relação daquelas crianças com as coisas é que eu comecei a questionar que exemplo estou dando ao meu filho.
Uma das partes do filme que mais me chocou é o momento onde a entrevistadora pergunta a um grupo de crianças pra escolher entre comprar e brincar e todas absolutamente todas escolheram comprar sem titubear apenas um menino colocou a mão nas duas coisas. Que infância têm e terão essas crianças? Elas nem sequer querem os brinquedos para brincar e sim pra consumir, pra dizer que tem.
Em outra parte um menino mostra uma quantidade sem fim de brinquedos e diz que o ele mais gosta de todos é um bonequinho minúsculo que cabe no dedo indicador dele. Isso me diz muita coisa inclusive que não precisam de nada além da imaginação pra brincar, será que eles ainda sabem o que é isso? "Imaginação: consiga a sua na cabecinha mais próxima!"
Me lembro que quando eu era pequena presente era em datas especiais e só. E aquele presente era escolhido a dedo entre tantas outras coisas aquela era a que eu realmente queria. Era tão esperado que quando ganhávamos a gente curtia cada minuto, tinha cuidado, não soltava. Era gostoso porque era especial, dávamos valor pras coisas. Hoje em dia eles têm tanto que é só mais um.
O Samuel tem muito brinquedo, ele é o único neto pequeno das duas vós, é o xodó dos meus amigos então vira e mexe alguém dá alguma coisa pra ele. Nós também cometemos esse erro. Muitas vezes compro alguma coisa que sei que ele vai gostar porque acho que ele vai amar e depois de alguns minutos ele larga num canto e volta a brincar com os seus preferidos.
Comecei a rever essas atitudes já. Ele não precisa de tanta coisa, e agora depois do aniversário vamos doar o que já não se usa. Também vou controlar esse negócio de brinquedinho toda hora.
Mas o que está martelando aqui na minha cabeça é a constante insatisfação em que vivemos. Compramos isso ou aquilo porque "precisamos ter" e logo aquilo não foi suficiente e precisamos de outra coisa mais, e nossa crianças estão sendo condicionadas a esse pensamento desde cedo. Vão ser adultos que nunca estarão satisfeitos com nada do que têm porque nunca terão tudo aquilo que deveriam ter. Será que ainda dá tempo de reverter essa situação?
Essa é a primeira parte. No you tube estão todas as outras pra quem quiser refletir comigo: