jueves, 16 de febrero de 2012

Das particularidades de cada família

A minha família é formada por uma nobre linhagem de pessoas doidas criativas. O problema é que quando você é uma criança inocente que acredita que aquelas pessoas são o exemplo a ser seguido e o que eles dizem é certo, meu filho você tá ferrado.

A começar pelos nomes, aquele povo criativo que eu mencionei acima, era meio lesado quando o assunto era nomes originais e colocavam tudo igual,  aí criavam-se apelidos. Eu jurava até meus 12 anos que a minha tia Tuca se chamava assim mesmo, era simples e original e eu achava o máximo. Até descobrir que ela se chamava Elizabeth, assim que nem a minha tia-avó que tem o mesmo nome. Ninguém nunca tinha me dito e quando fui passar a minhas férias nos EUA com ela, vi as pessoas a chamando de Betty e eu pensava WTF?! Depois o meu tio Fred, que obviamente só podia ser Frederico, era realmente FEDERICO  que aliás é o mesmo nome do pai dele, vulgo meu avo, tá bom não é lá tão diferente mas foi um choque.

A tia Nenê que eu achava meigo e lindo era na verdade Aparecida como a mãe dela. E até minha vó que tinha o nome mais fantástico de todos Linda, não se chamava realmente assim mas por motivos de  contratos familiares ela me deserda eu não posso revelar o verdadeiro.

Superado esses traumas vieram as músicas. Meu pai sempre cantou as músicas errado, só que EU não sabia. Acreditava que as músicas eram como ele cantava. A música do Caetano pra mim sempre foi "debaixo dos teus cabelos encontrei um caracol que dançava rock and roll" (original aqui) e All the way do Frank Sinatra pra mim era assim: "when somebody loves you OH MY LOVE" ok ok aqui o problema é que meu paizinho também entendia assim, mas eu jurava que a música era assim! Até que um dia escutando Celine Dion (juro!) descobri que era um pouquinho diferente.

Meu irmão falava mali-mole para marimbondo ahhhhh que lindo, vamos todos passar a chamar o bicho assim. E ainda deixavam o menino ir por essa vida falando que em casa tinha uma casinha de mali-mole. E o coitadinho que cantava Capoeira-rrrrrrrarara em vez de ensinarem a falar certo, a família inteira e até hoje canta igual ao pobre menino de 5 anos, infelizmente para a tristeza de quem lê esse post é impossível reproduzir a versão do meu irmão.

Se não bastasse isso,  todos inventamos palavras, a minhs vó é vóvis e ela sempre diz que está DInerótica em vez de neurótica. Também diz que meu cachorro sem pelo parece um tripisquintle (não sabe o que é? nem eu) e que as palmeiras que tem uma parte gordinha no topo parece que vai ter "grabulinhos"(outra vez não me perguntem).

Agora me diz como que uma pobre criança de dois anos vai aprender a falar assim? O Samuel como não nega a raça já determinou que todas as aves são Pápum e puta é nada mais nada menos que desculpa. E cada bonequinho tem um nome que só na cabeça dele deve estar a resposta de onde sairam. E apesar de eu corrigir para que o coitado não saia por essa vida enganado, faltamente ele vai ter problemas, afinal a professora não vai saber que "cocô" é suco e cocô mesmo ao mesmo tempo, assim como AUMmmm é comida e "taia" é bolacha. E como evitar?

No que depender de nós a linhagem de traumas, músicas inexistentes e palavras insanas estará garantida.



*post inspirado nesse aqui ó "Sobre folclore familiar, palavras equivocadas e a linhagem da Elizângela"

3 comentarios:

  1. hahaha ri demais com esse post. Mas minha família é mais bizarra: tipo minha tia buruca na verdade de chama ivanuzia! e minha mãe que ninguém sabe se se chama miriam ou mariam? ela tem uma certidão emitida no Rio Grande do Norte como Miriam e uma em SP como Mariam. O rg que ela usa é Mariam mas todo mundo na família chama ela de Miriam. Sortuda sou eu que chamo ela de mãe, não tem como errar! rsrsrs... Quanto ao Samuca achei muito fofo, até os 18 muda... ou não... rsrsrs

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  2. hahaha! amei o dinorética...
    tô achando que esse tema rendia blogagem coletiva, hein? ;)
    beijo!

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  3. Passei alguns segundos rindo sozinho sobre os "no teu cabelo encontrei um caracol" rs... vou aplicar lá em casa rs

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