jueves, 22 de marzo de 2012

Saudade


Saudade é um dos sentimentos mais constantes na minha vida. Viver longe das pessoas que eu amo já era uma realidade mesmo antes de que eu também vivesse fora do país e por isso sempre estivemos num estado contínuo de sentir falta de alguém.

Atualmente a tecnologia ajuda muito. Me lembro da época em que tínhamos que esperar meses até que alguém ligasse e era quase uma festa, todo mundo queria falar e a gente falava muito rapidinho porque era caríssimo.

Agora há tantos meios que se o tempo e a correria da vida de todo mundo permitisse eu poderia conversar com minhas pessoas queridas espalhadas por aí todos os dias e mesmo não sendo todo dia eu consigo manter uma comunicação regular com aquelas mais próximas.  O que não é lá tão ruim porque aposto que assim como eu, você está ha séculos sem falar com um parente ou amigo que vive aí pertinho de você. E ainda com esses recursos a saudade está sempre presente.

Outra coisa que sinto muita saudade é comida. Alma gorda, eu sei! Mas além disso, existe aquela memoria sensorial relacionada a comida. Você lembra da infância, de momentos felizes ou nem tanto, de uma viagem, de um lugar, de uma pessoa ou várias tudo através da degustação de um simples prato. Sinto falta de ir a feira às Sextas com minhas amigas na saída do colégio para comprar pastel. Ou depois, já mais velha para comprar as verduras e frutas e no final o pastel com caldo de cana que não pode faltar. Além das frutas e verduras mesmo porque a variedade de Sampa é imcomparável com a daqui.

A pizza com a familia ou com os amigos no fim de semana. E o pão de queijo da padoca ou da cantina do colégio, quem podia resistir? E por falar em padoca, o pão francês está entre minhas 5 coisas mais ansiadas de comer no Brasil e para acompanhar o bom e velho requeijão no copo de vidro que a gente guarda depois que acaba.

Ah, se eu começar a falar de tudo que sinto  falta e morro de saudades esse post terá umas mil páginas. Saudades da época do meus 19/20 anos, onde a vida era tão mais fácil e eu tinha liberdade e responsabilidades também, mas nada como agora. Podia sair ou passar o dia na casa de uma amiga só falando besteira ou filosofando sobre a vida.

Saudades do comecinho do namoro. Onde tudo é descoberta, quando parece que você não consegue ficar mais de algumas horas sem o outro e aquele sentimento arrebatador que chega a doer de tão intenso.

 E todo esse devaneio sobre a saudade foi inspirado pelo simples fato que ando com muitas saudades daqui. Saudades de participar mais. Poder comentar, ler os blogs que eu gosto com calma, entendendo a mensagem. Agora leio apenas os que consigo, meio por encima, com um olho no texto e outro no relógio ou no chefe.

Mais do que isso,  tenho saudades de escrever, de relatar, de poder refletir sobre o que quero dizer e o que o texto siga uma lógica na minha cabeça em vez de escrever em 3 ou 4 partes e ter que voltar para tentar lembrar o que eu queria dizer e na maioria das vezes perceber que aquela idéia super legal que eu tive já foi esquecida sem chance de recuperação. Saudades de escrever sem tantos erros de ortografía e de saber onde estão as letras no teclado.

Enfim saudades de vocês todos que vêm aquí e que conseguem entender a minha idéia no meio das minhas frases terminadas e não concluídas como eu queria. No meio dos erros desapercebidos ou ignorados pela pressa. E principalmente saudades de registrar, de refletir e deixar marcado tudo oque tem acontecido nos nossos dias porque idéias e coisas que merecem ser contadas eu tenho de monte. Mas tempo..... Ah, disso que não tem saudade?…..de ter tempo……

3 comentarios:

  1. Paulinha,
    Fala sério... como sentimos saudades! Identifiquei-me muito com seu post. Também sinto saudades de uma série de coisas que relatou... além dos almoços de domingo em família. Sabe que quando morava no Brasil reclamava dos compromissos aos domingos, almoçar na sogra ou na minha mãe. Mas agora, sinto uma saudade imensa de tudo que fazia por lá. E quer saber mais, como chorei no primeiro ano morando aqui, todos os domingos eu tinha motivo...rs Mas a gente acostuma, aprende a viver sentindo falta, sentindo saudades.
    Um grande beijo.

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  2. Oiii Paulaaa,td bem?? desculpa o sumiço..depois de meses sem blogar,voltei hj,rss..Olha..eu sou a pessoa mais "saudosista" do mundo...tenho saudade de td,e como sou detalhista ao extremo basta uma musica ou um cheiro para eu mergulhar em lembranças,rsss... beijos e um otijmo fds pra vcs!!

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  3. Nem fale, são muitas saudades mesmo!!! As pessoas, as coisas, os momentos, as comidas, tudo o que passa pelas nossas vidas nos deixam marcas e não tem como não sentir saudade...

    Beijos!

    Lívia.

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