Dia de blogagem coletiva do mães internacionais e curiosamente demoramos bastante em abordar um dos temas mais perguntados pelas pessoas. Geralmente, logo que a pessoa me conhece e descobre que sou brasileira a terceira ou quarta pergunta que me fazem é se eu falo português com o meu filho.
Sim, eu sempre falei português com o Samuel e não conseguiria fazer diferente. Essa é minha língua materna e na que melhor me expresso, além disso só a partir do meu estímulo que ele pode aprender alguma coisa. Aqui em casa praticamos o método One parent, one language, isto é, eu falo português e o pai dele e o resto das pessoas fala espanhol.
Eu só falo em português com ele na maior parte do tempo e evito ao máximo o espanhol, só uso mesmo em situações em que sinto que é meio falta de respeito, ou quando tem algum amiguinho dele junto, minha mãe também fala português com ele. Apesar do pai dele jurar que o Samuel entende mais o português que o espanhol, ele entende o dois perfeitamente e sinto que o caso é mais uma questão da forma de se comunicar o que gera problemas ou resultados do que o idioma usado.
Como eu já comentei aqui, o Samuel demorou em desenvolver a fala e apenas alguns meses atrás é que ele realmente soltou a língua e se comunica melhor. Pelo fato de escutar os dois idiomas ele fala algumas palavras em cada idioma, mas a maioria do seu vocabulário ainda são palavras Samuelescas, apesar de serem cada vez menos usadas oque me dá uma pontinha de tristeza.
O plano original é que o Samuel seja trilíngue no mínimo. E a razão é simplesmente porque aqui na Costa Rica o nível de inglês da população em geral é bastante alto. A educação bilíngue é bastante acessível e os jovens saem da escola realmente fluentes. E a outra razão é mais simples ainda: na minha família é imprescindível. Se você não fala um dos três idiomas já fica muito difícil se comunicar com alguma parte da família.
Portanto nossa idéia é aproveitar essa oportunidade e fazer com que ele esteja em contanto com o inglês diariamente. Atualmente ele tem um pequeno estímulo na escolinha e ele vê filmes em inglês em casa. Optamos por não falar ativamente com ele em inglês até que ele realmente comece a falar, porque sentimos que a salada mental dele diminui e que ele terá tempo para se acostumar ao inglês.
Ainda com respeito a educação, a maioria das escolas oferecem além do inglês um terceiro idioma. Na escola dele, assim como na maioria atualmente esse idioma é o mandarim. Então existe ainda a possibilidade que ele aprenda e se interesse por esse ou outro idioma.
Apesar de todo o incentivo, um dos pontos que me preocupa é a similaridade dos idiomas e acho que mais pra frente, quando ele já esteja sendo alfabetizado e tendo contato quase que 100% com o espanhol será mais difícil para ele separar os dois idiomas do que se fosse outro mais diferente como por exemplo o inglês.
Outro dos maiores desafios que vejo em relação ao bilinguismo é como fazer com que essas crianças não abandonem o idioma ensinado pelos pais. Principalmente quando eles já são fluentes no idioma do país e ainda mais quando os pais também são fluentes nesse idioma. Conheço muitos casos em que o filho entende português mas não quer ou não se dá o trabalho de tentar falar. Ou ainda que até falam, mas que não escrevem. Para nós pais o grande desafio é despertar esse interesse nessas crianças quando elas sentem que não precisam do idioma ou tem vergonha.
Para combater esse desinteresse minha única arma planejada é tentar colocá-lo com contanto com nossa cultura o máximo possível. Músicas, séries, filmes e o principal promover muito contato entre ele e a família dele lá no Brasil além de ir pra lá sempre que possível, ainda bem que a tecnologia está a nosso favor e hoje em dia é muito mais fácil fazer isso. Realmente essa é uma ponte que eu decidirei como cruzar quando o momento chegar, mas por enquanto essa é minha expectativa.
Mas esse assunto esse assunto é bastante amplo e tem gente por aí com filhos aprendendo idiomas muito mais difíceis e muito mais variados do que o meu pequeno. Pra quem está curioso como eu, é só clicar aqui e ir lá no Mães internacionais para saber um pouco mais.
imagem daqui* |
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